sábado, 7 de maio de 2016

Idoso: uma das peças mais vulneráveis do trânsito brasileiro

Acidentes envolvendo pessoas idosas no trânsito têm aumentado assustadoramente nas grandes cidades. Em São Paulo, por exemplo, a cada grupo de 100 mil habitantes, 21 idosos morrem em acidentes de trânsito. Em Curitiba, outra capital que foi detectado esse crescimento, é 40 vezes maior o risco de uma pessoa com mais de 60 anos de idade ser atropelada do que uma criança. A média, no País, é de 31,1 mortes de idosos por 100 mil habitantes.

Além de ter que se adaptar a uma nova realidade, pois muitos desses idosos viveram num tempo em que o trânsito era muito mais sossegado, outros fatores contribuem com essa fragilidade apontada pelas estatísticas, como o processo natural do envelhecimento. “A visão, a audição, o equilíbrio são afetados e ainda há o enfraquecimento dos ossos e da musculatura. Essas situações afetam a capacidade cognitiva do idoso, que é fundamental para enfrentar o trânsito”, explica Eliane Pietsak, pedagoga e especialista em trânsito.

O Código de Trânsito Brasileiro não estabelece um limite de idade para conduzir um veículo automotor, desde que o cidadão possua condições físicas e psicológicas. O exame médico, feito de três em três anos no ato da renovação, é que definirá se o idoso estará apto a enfrentar as ruas.
Mas não é só como motoristas que as pessoas idosas integram o trânsito. Por vezes são observadas algumas necessidades especiais, principalmente no que se diz respeito à locomoção e acessibilidade. Segundo pesquisa realizada pela Direção Geral de Tráfego (DGT), da Espanha, os idosos têm o seu aspecto mais vulnerável quando circulam como pedestres. E alguns dos principais problemas enfrentados por eles nesta situação são distinguir a cor das luzes e perceber a velocidade efetiva dos veículos na via, além da distração, presente, com mais frequência, nos idosos acima de 70 anos.

De acordo com a pesquisa os pedestres idosos enfrentam um conjunto de obstáculos nas ruas. Dentre eles estão o excesso de velocidade do veículo, a condução imprudente e, em muitos casos, o curto espaço de tempo do semáforo para pedestre.

Segundo Eliane Pietsak, alguns cuidados simples podem evitar acidentes e contribuir com um trânsito mais seguro e humano. “Para trafegar na via, o primeiro é escolher um sapato adequado e tomar muito cuidado com buracos ou locais acidentados. Para atravessar a via, o idoso deve esperar o sinal do pedestre ficar verde e, se necessário, pedir ajuda para outra pessoa. Além disso, nunca deve parar no meio do cruzamento e atravessar em linha reta. Se estiver andando pela calçada, evitar ficar próximo ao meio-fio, pois alguma queda pode levar o idoso a cair na via, perto dos carros”, aconselha.

Nos próximos oito anos, a parcela de idosos na população brasileira passará dos atuais 11% para 14,6%. Já em 2040, os indivíduos com 60 anos ou mais de idade representarão mais de 27% dos brasileiros.


Postado originalmente no Portal do Trânsito