Acidentes envolvendo pessoas idosas
no trânsito têm aumentado assustadoramente nas grandes cidades. Em São Paulo , por exemplo,
a cada grupo de 100 mil habitantes, 21 idosos morrem em acidentes de trânsito.
Em Curitiba, outra capital que foi detectado esse crescimento, é 40 vezes maior
o risco de uma pessoa com mais de 60 anos de idade ser atropelada do que uma
criança. A média, no País, é de 31,1 mortes de idosos por 100 mil habitantes.
Além de ter que se adaptar a uma
nova realidade, pois muitos desses idosos viveram num tempo em que o trânsito
era muito mais sossegado, outros fatores contribuem com essa fragilidade
apontada pelas estatísticas, como o processo natural do envelhecimento. “A
visão, a audição, o equilíbrio são afetados e ainda há o enfraquecimento dos
ossos e da musculatura. Essas situações afetam a capacidade cognitiva do idoso,
que é fundamental para enfrentar o trânsito”, explica Eliane Pietsak, pedagoga
e especialista em trânsito.
O Código de Trânsito Brasileiro não
estabelece um limite de idade para conduzir um veículo automotor, desde que o
cidadão possua condições físicas e psicológicas. O exame médico, feito de três
em três anos no ato da renovação, é que definirá se o idoso estará apto a
enfrentar as ruas.
Mas não é só como motoristas que as
pessoas idosas integram o trânsito. Por vezes são observadas algumas
necessidades especiais, principalmente no que se diz respeito à locomoção e
acessibilidade. Segundo pesquisa realizada pela Direção Geral de Tráfego (DGT),
da Espanha, os idosos têm o seu aspecto mais vulnerável quando circulam como
pedestres. E alguns dos principais problemas enfrentados por eles nesta
situação são distinguir a cor das luzes e perceber a velocidade efetiva dos
veículos na via, além da distração, presente, com mais frequência, nos idosos
acima de 70 anos.
De acordo com a pesquisa os
pedestres idosos enfrentam um conjunto de obstáculos nas ruas. Dentre eles
estão o excesso de velocidade do veículo, a condução imprudente e, em muitos
casos, o curto espaço de tempo do semáforo para pedestre.
Segundo Eliane Pietsak, alguns
cuidados simples podem evitar acidentes e contribuir com um trânsito mais
seguro e humano. “Para trafegar na via, o primeiro é escolher um sapato
adequado e tomar muito cuidado com buracos ou locais acidentados. Para
atravessar a via, o idoso deve esperar o sinal do pedestre ficar verde e, se
necessário, pedir ajuda para outra pessoa. Além disso, nunca deve parar no meio
do cruzamento e atravessar em linha reta. Se estiver andando pela calçada,
evitar ficar próximo ao meio-fio, pois alguma queda pode levar o idoso a cair
na via, perto dos carros”, aconselha.
Nos próximos oito anos, a parcela
de idosos na população brasileira passará dos atuais 11% para 14,6%. Já em
2040, os indivíduos com 60 anos ou mais de idade representarão mais de 27% dos
brasileiros.
Postado originalmente no Portal do Trânsito