quarta-feira, 20 de abril de 2016

Após TAC, Prefeitura de Dracena vai exonerar 113 funcionários

Atualmente, cargos comissionados e de confiança geram custo de R$ 223 mil.

Demissões e extinção das funções devem terminar até 31 de março de 2018.

A Prefeitura de Dracena deve demitir 113 funcionários até março de 2018. As exonerações devem ocorrer após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), entre o Poder Executivo e o Ministério Público Estadual (MPE). No caso, a Promotoria verificou em inquérito civil que, destes servidores, 34 ocupam cargos de confiança e 79 são comissionados. Atualmente, todas essas contratações geram um gasto mensal de cerca de R$ 223 mil à máquina pública.

Conforme o documento, o decreto que dispõe sobre as atribuições dos agentes públicos, dos cargos de comissão e de função de confiança criados por meio de lei municipal complementar "é inconstitucional, na medida em que a regulamentação da matéria só poderia ocorrer por meio de lei".

A Promotoria considerou também que, "topologicamente", as decisões políticas são tomadas pela cúpula administrativa, composta por prefeito, secretariado e assessores, "inexistindo comissionamento que desça a um quarto nível, pois a pessoa está completamente distante da esfera decisória superior".

É citado também que o vínculo especial de confiança que caracteriza o comissionamento não se justifica por razões subjetivas, "porque a autoridade quer alguém de sua confiança pessoal", mas por razões objetivas, ou seja, "a natureza do serviço ou atividade pública a ser enfrentada".

Além disso, durante o inquérito, foi verificado pelo MPE que havia desvio de função, desvio de finalidade e superposição de funções, "notadamente entre os cargos de diretor, chefe e subchefe".

Ainda segundo o TAC, toda a análise feita pela Promotoria foi pautada pelos princípios da "Legalidade, Moralidade, Eficiência e Simetria com as Constituições Estadual e Federal". “Não se trata apenas de exonerar esses ocupantes, esses cargos na forma comissionada, têm de ser extintos, não é apenas esses ocupantes saírem, eles saem e esses cargos têm de ser extintos e criados, se o administrador quiser, na forma de cargo efetivo, provido por concurso público", explicou o promotor de Justiça Luiz Henrique Brandão.
O Termo de Ajustamento de Conduta também foi firmado porque a permanência dos 113 cargos "poderá caracterizar ato de improbidade administrativa, implicando na responsabilização do gestor público e daqueles que contribuem para ofensa dos princípios constitucionais".

Assim, com o TAC, ficou definido que a Prefeitura de Dracena deverá exonerar 50% dos funcionários comissionados citados até 30 de junho de 2017 e o restante até 31 de março de 2018. A mesma porcentagem e o prazo valem para a extinção das funções de comissão, "devendo subsistir apenas a chefia, como função de confiança, destinada a cargos de provimento efetivo".
"Todos os cargos são essenciais para a administração e para o bom atendimento à população, razão pela qual não é possível exonerá-los de uma hora para outra. É necessário todo um planejamento para ver quais podem ser exonerados primeiro. Todos esses cargos terão de ser recontratados, quer seja por meio de concurso, ou alguns regulamentados", afirmou o secretário municipal de Assuntos Jurídicos de Dracena, Antônio Penha.
 "O compromitente, por seu prefeito, obriga-se a somente prover os cargos supra indicados ou outros que venham a ser criados para o desempenho das mesmas funções com funcionários efetivos e não mais pelo comissionamento", diz o TAC.
Caso haja descumprimento do acordo, haverá multa pessoal e diária de R$ 1.000. Como os prazos terminam após o fim do mandato, o prefeito José Antônio Pedretti (PR) também se comprometeu a encaminhar o TAC ao sucessor.


Fonte: G1/Prudente